segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Um Pouquinho de Marseille


Com quase um milhão de habitantes, Marseille é a segunda commune da França. A cerca de 800 km de Paris, a distância é reduzida relativamente pelo TGV, que leva apenas 3 horas para ir de uma cidade a outra.

Fundada pelos gregos em tordo de 600 A.C., Massalia (ou Marselha em provençal, ou ainda, Massilia em latim) é a mais antiga aglomeração urbana da França, bem como o primeiro porto do país e do Mediterrâneo. A cidade apresenta uma série de atrativos e também de problemas, descritos de forma apaixonada e um tanto o quanto poética pelo escritor francês de origem ítalo-espanhola Jean-Claude Izzo (Marseille, 20/06/1945 - 26/01/2000). Izzo permeia seus romances policiais com análises sociológicas inteligentes e sóbrias, sobretudo em torno dos imigrantes, dos franceses filhos de imigrantes - ele mesmo filho de pai imigrante de origem italiana e de mãe filha de espanhois – e das dificuldades enfrentadas por estes. Inclusive, o caso de Marseille pode ser estendido a outras cidades francesas, especialmente Paris e sua região metropolitana.

Marseille tem como limite geográfico a sudeste as famosas Calanques, de uma beleza impar, às quais se segue a também belíssima e pequenina Cassis, com seu porto e sua elevada concentração de turistas. Cassis por sua vez é limitada a sudeste pelo Cap Canaille que, devido às propriedades das rochas que o formam, muda de cor sob o sol, tal qual um camaleão.

Várias pessoas do local afirmam que vestígios de carros podem ser vistos por quem passa de barco ao longo do cabo. E reza a lenda que estes carros teriam sido lançados no precipício por mafiosos, com pessoas vivas dentro - adversários ou traidores da máfia de Marseille - como forma de punição. Plausível.

Em seu penúltimo livro, Solea, o último da triologia marseillese - que aliás eu recomendo a quem gosta do gênero policial - Izzo faz uma análise sólida e documentada sobre a máfia local.

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