terça-feira, 20 de abril de 2010

Homem x Natureza

O Homem sempre esteve em confronto com a Natureza para sobreviver e para superar os obstáculos por ela impostos. Na medida em que as tecnologias evoluíram, o Homem conseguiu se proteger cada vez melhor e até mesmo colocar a Natureza a seu serviço. Ele o fez de forma tão eficaz que, maravilhado, esqueceu da sua condição inicial e começou a imaginar que podia dominá-la completamente.

Este acontecimento na Europa é emblemático, pois fazer voar um avião talvez seja uma das tecnologias que mais “afrontam” as leis da natureza e dão ao Homem esta sensação de domínio. No entanto, esta sensação às vezes se revela falsa. Uma simples erupção vulcânica foi suficiente para paralisar parcialmente importantes atividades econômicas em boa parte da Europa e teve impacto no mundo todo por causa das restrições ao tráfego aéreo. Confrontado à sua arrogância e à sua impotência diante da Natureza, o Homem foi obrigado a se lembrar das diferentes ordens de grandeza entre seus poderes.

Um estudo de 2008 publicado na revista Geophysical Research Letters, sobre a geleira de Vatnajökull (a maior da Islândia e que cobre diversos vulcões naquele país) conclui que a retração das geleiras pode, no futuro, gerar um aumento da atividade vulcânica na região.

Os cientistas também relacionam a retração das geleiras como uma das conseqüências das mudanças climáticas causadas, sobretudo, pelo consumo de combustível fóssil, que explodiu a partir da Revolução Industrial. Portanto pode haver um elo causal entre as atividades humanas e um eventual aumento futuro da freqüência e da intensidade das erupções vulcânicas, de cujas conseqüências tivemos uma pequena idéia neste final de semana.

Se o Homem deixasse de tentar dominar a Natureza e a visse apenas como aliada, certamente ela nos trataria melhor. Neste caso, talvez a tecnologia não fosse tão “avançada” como é atualmente, mas ela provavelmente seria menos perniciosa. Algumas invenções trouxeram conseqüências que acabaram se voltando diretamente contra a própria humanidade, como o uso militar da tecnologia nuclear, não por causa da Natureza, mas da estupidez do próprio Homem. Em outros casos, como por exemplo o das mudanças climáticas e de suas prováveis conseqüências catastróficas, o tiro pela culatra pode acontecer como uma reação da própria Natureza às atividades humanas. Alea Jacta Est.

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