segunda-feira, 2 de março de 2009

"Coincidência" na Butte-aux-Cailles

Sexta-feira. Jantar com amigos na Butte-aux-Cailles, mais precisamente no Chez Gladines, lotado, para variar. Chegamos logo na abertura e pegamos a última mesa. Senão teríamos que esperar uma hora até o próximo serviço, o que pode até ser agradável, se não estivermos com pressa, pois temos a impressão de estar no Baixo Gávea, no Rio. Porém como estávamos com fome, termos chegado cedo foi providencial.

Depois da boa comida, do bom vinho e da simpatia tradicionais, sugeri tomarmos um digestif em um bar vizinho. Leandro, déjà habitué, e Rama, que estava conhecendo pela primeira vez a Butte-aux-Cailles, apesar de ser o mais antigo na cidade, toparam na hora.

Ao sairmos do Chez Gladines, a calçada já estava tomada pelos que aguardavam sua vez. Hesitamos em ficar, pois o ambiente estava agradável (para bom entendedor...). Mas finalmente fomos ao Le Merle Moqueur, que também estava ótimo, a despeito do telão transmitindo um jogo de rugby, o que me surpreendeu, pois não combina de forma alguma com o local.

Como sempre faço quando há um "novato" na área, falo da relação entre o nome do bar com o restaurante que fica bem em frente, Le Temps des Cerises, e com um outro bar também próximo, La Folie en Tête, todos situados no quartier da Butte-aux-Cailles. Falo da relação entre esta parte da cidade e a Commune de Paris, de Louise Michel e da música Le Temps de Cerises, que tem várias versões, a última feita pelo grupo de rock francês Noir Désir (para mais detalhes ver o primeiro post deste blog).

Neste exato momento, Rama recebe uma mensagem e descobre que duas amigas suas estão na Butte-aux-Cailles, cuja dimensão, para se ter uma idéia, equivale a menos de dois quarteirões de Ipanema. Ele liga para combinamos de juntarmos os dois grupos, e descobre que elas estão justamente no La Folie en Tête, o outro bar do qual eu acabara de falar a respeito. Ficamos de nos encontrar lá ou cá.

Terminamos nosso rum e fomos ao encontro do outro grupo. Dois minutos de caminhada e lá estamos. Rama nos apresenta à Wanda, que nos apresenta ao Jaques e à Mônica que, reparando meu sotaque característico, pergunta:

-Você é do Rio, não?
-Sim, meus pais são de São Paulo, mas nasci e fui criado no Rio.
-Você não é o amigo do Tatá, do Henrique e do Luís?

Eu mesmo. Ela disse ainda que tinha escrito para o Tatá um dia antes para pegar meus telefones com ele para combinarmos um encontro. Incrível! Mais uma simpática "coincidência" para a minha lista, que já vai grande. E a mesa de bar entre brasileiros, juntamente com a saudade, me transportam mais uma vez ao Baixo Gávea.

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