sábado, 2 de outubro de 2010

v.i. v


ou "inescrituras' interaction"

Assim que vislumbrou a silhueta da aeromoça que recepcionava os passageiros, soube-a de uma beleza ímpar. Seu reflexo foi de procurar seus olhos, que descobriu azuis como a companhia, porém cinzas e frios como o dia. Havia naquele olhar algo que ia muito além da frieza e que desencadeou nele um choque de adrenalina, como se ele tivesse dropado uma onde de 3 metros numa ressaca no Pontão do Leblon. Teve medo. Cruzou por acaso o olhar de uma senhora muito gorda de cores e traços eslavos que, por algum motivo, também desconhecido, o apaziguou imediatamente. Atropelou, por não tê-la notado, a bela moça de cabelos castanhos e cacheados e olhos tristes que estava parada à sua frente e que se desculpou sem ter motivos para tanto.

Um comentário:

  1. Ali parada, generosa em sorrisos, a aeromoça escondia na vaziez dos olhos azuis que nunca havia sido amada.

    Acompanhando com os olhos o rapaz que a fitava, a gordinha de sorriso macio relembrava em silencioso deleite aquilo que jamais seria revelado.

    A bela morena acostumada a ensaiar sorrisos para ofuscar a tristeza do olhar, pedia descupas sem pensar. Pensando que estava a perigo de se matar.

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