segunda-feira, 9 de março de 2009

Cité Internationale Universitaire de Paris

Se Paris fosse um relógio, a Cité Internationale Universitaire de Paris, seria o número 6. Esta imagem reflete não apenas a localização geográfica da CIUP, mas também dá uma boa ideia da sua dimensão. A Cité representa uma das mais importantes áreas verdes de Paris intra muros, juntamente com os Jardins de Luxembourg e de Tuilleries e com os parques Butte Chaumont e Montsouris.

Aliás, a CIUP fica bem em frente a este último. Uma verdadeira cidade dentro da cidade, com capacidade para hospedar mais de 5.000 estudantes de praticamente todos os cantos do planeta. Muito bem equipada com dois teatros, piscina, campos de futebol e de rugby, quadras de tênis, restaurantes, banco, correio, entre outros, a Cité é, além de tudo, um lugar belíssimo não apenas por causa do espaço verde, mas também do seu patrimônio arquitetônico.

A CIUP foi uma ideia de Émile Deutsch de la Meurthe, um industrial francês, executada por André Honnorat, Ministro da Instrução Pública. O objetivo era de mitigar o problema de moradia de jovens estudantes em Paris e, ao mesmo tempo, promover uma paz universal e fraternal, ao reunir jovens de praticamente o mundo todo em um só lugar. A convivência entre estudantes de diversas culturas, que futuramente ocupariam cargos políticos e econômicos de destaque, ajudaria na mútua compreensão das diferenças em prol de uma paz mundial.

Em meados de 1925 a Cité abriu suas portas para os primeiros estudantes , que hoje hospedam-se em 40 prédios, entre os quais a Maison du Brésil, com um belíssimo projeto de Lúcio Costa e Le Corbusier. Por lá já passaram vários brasileiros que posteriormente se tornariam figuras proeminentes.
A Casa do Brasil completa 50 anos neste ano de 2009, depois de ter sido classificada como monumento histórico pelo Ministério da Cultura francês. A Casa foi inteiramente renovada em 2000 graças a esforços de algumas instituições, como a CAPES, e de algumas pessoas, como a atual diretora da Casa, Inez Machado Salim, que também teve um papel fundamental para bloquear a tentativa de anexação da Casa à Fundação Nacional da Cité International Universitaire de Paris, que administra a Cité e as cerca de 20 casas anexadas.

A anexação da Casa do Brasil teria sido desastrosa por vários motivos. Os estudantes brasileiros por exemplo teriam muito menos chances de residir na Cité, já que as 100 vagas da Casa que hoje são destinadas exclusivamente a estes teriam sido colocadas à disposição dos estudantes do mundo todo.

Morar na Cité U foi para mim uma experiência fantástica, e tenho certeza de que esta opinião é compartilhada por todos aqueles que por lá passaram.

2 comentários:

  1. Interessante, estava eu aqui já convencida de não tentar me alojar na Cité U e vem vc com seu texto pra me fazer mudar de idéia...novamente!
    Então me diz uma coisa, quanto tempo vc morou na Cité e sinceramente (aproveitando o titulo do blog) não sentiu que ela era Contramão de tudo em Paris? Longe de todos os museus e centros de arte e bairros interessantes? Eu que nunca fui a Paris e pretendo passar só um mês, estava querendo ficar bem perto de tudo, do tipo 'à pé', daí a minha resistência pela Cité. O que vc acha, deixou de fazer alguma coisa por causa da 'longura' da Cidade Universitária? bjs lucianawduarte@gmail.com

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  2. Oi, André! Sou a Angélica, amiga do Zé Roberto, a que estava em dúvidas sobre ir ou não para a Cité... Já estou em Paris, mas me mudo para lá no começo de março. Agradeço muito pelas informações e observações presentes no seu texto, que contaram um bocado para minha decisão d´habiter à la Maison. Um abraço!

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