quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Na Bruma


Finco minha bandeira na bruma
desprezando a nitidez do real

Sôfrego, mamo na teta dos sonhos
a goles largos e ofegantes

Me lambuzo no mel da ilusão

Protejo-me do sol com cortinas e lentes

Colchões e colchas minhas muletas

Tenho a lua vermelha como amuleto

Minhas paixões são todas platônicas
e meus únicos filhos, poemas

Sou apenas uma mancha distorcida
e os vôos noturnos do meu espírito
representam a única realidade factível

Ipanema, circa 2000

2 comentários:

  1. Belo poema!
    Quer dizer que tinha-me enganado. Você nao tem um romance na gaveta, tem um livro de poemas!
    Tentei te enviar o projeto por email mas o mesmo voltou. Você mudou de encdereo eletronico?
    Beijo,
    Eliana

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  2. Bom também te ler em versos:
    que coisa rara e rara (no sentido espanhol da palavra).
    Abração.

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